Popularmente conhecida como cirurgia de redução de estômago, a Cirurgia Bariátrica e metabólica compreende um conjunto técnicas com respaldo científico, destinadas ao tratamento da obesidade mórbida e ou obesidade grave e das doenças associadas ao excesso de gordura corporal.
Neste casos, a perda de peso se faz pela redução da ingestão de alimentos. Já as cirurgias disabsortivas teoricamente alteram pouco o tamanho do estômago, mas promovem um grande desvio intestinal que reduz o tempo do alimento no trânsito pelo intestino delgado, diminuindo a capacidade de absorção de gorduras e nutrientes.
Também conhecido como cirurgia de Sleeve, esse procedimento é considerado restritivo e metabólico. Na gastrectomia vertical o estômago é transformado em um tubo, com capacidade de 80 a 100 ml. Esse tipo de cirurgia vem se tornando cada vez mais numerosa no Brasil.
Também chamada de Bypass Gástrico, segunda a SBCM corresponde a 75% dos procedimentos realizados no Brasil. É uma cirurgia bariátrica metabólica mista, em que é feito o grampeamento de parte do estômago, que reduz o espaço para o alimento, e um desvio do intestino inicial, que promove o aumento de hormônios que dão saciedade e diminuem a fome. O paciente submetido a esta cirurgia pode perder de 70% a 80% do excesso de peso inicial.
Apesar de representar menos de 1% dos procedimentos realizados no país, essa técnica é bastante segura e eficaz na redução de peso. É uma cirurgia puramente restritiva, em que um anel de silicone inflável e ajustável é instalado ao redor do estômago, tornando possível controlar o esvaziamento do órgão.
Essa cirurgia é a associação da gastrectomia vertical e do desvio intestinal. A anatomia básica do estômago é mantida, mas 60% do órgão é retirado. Além disso o desvio intestinal reduz a absorção dos nutrientes, levando ao emagrecimento.
Conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), a cirurgia bariátrica e metabólica é indicada para pessoas com IMC acima de 35 Kg/m² que tenham complicações como apneia do sono, hipertensão arterial, diabetes, aumento de gorduras no sangue e problemas articulares, ou para pacientes com IMC maior que 40 Kg/m² que não tenham obtido sucesso na perda de peso após dois anos de tratamento clínico.
O pré-operatório exige uma rigorosa avaliação clínico-laboratorial. O paciente deve ser submetido a uma série de exames, como endoscopia digestiva, ultrassom abdominal e exames laboratoriais, além de passar pela prévia avaliação do cirurgião, de um cardiologista, de um psiquiatra, um psicólogo e também de um nutricionista.
Os pacientes submetidos à cirurgia bariátrica devem ser acompanhados pelo resto da vida. Nesse sentido, a importância do pós operatório é muito grande. O paciente deve fazer consultas e exames laboratoriais periódicos. Reposições vitamínicas são fundamentais, pois, quanto mais disabsortiva for a cirurgia, maior a chance de complicações nutricionais, como anemias por deficiência de ferro, de vitamina B12 e/ou ácido fólico, deficiência de vitamina D e cálcio e até mesmo desnutrição, nas cirurgias mais radicais.
Em casos mais raros, o paciente pode gerar complicações mais graves como infecções, tromboembolismo, separações de suturas, fístulas, obstrução intestinal, hérnia no local do corte, abscessos e pneumonia.
Reduzir o consumo de carboidratos, comer mais vezes ao dia em pequenas quantidades e evitar a ingestão de líquidos durante as refeições pode prevenir sintomas gastrointestinais.
Mulheres que desejam engravidar devem aguardar pelo menos de 15 a 18 meses após cirurgia bariátrica. A grande perda de peso logo após a cirurgia, e a eminente deficiência de nutrientes, pode prejudicar o crescimento do feto.